quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Antoine de Saint-Exupéry no clássico “O Pequeno Príncipe”


Não me canso destes diálogos nem destas lições que nos são dadas, em cada frase e até diria mais em cada palavra. Um livro para crianças " adultas ".....adoro ( já o li 3vezes e não fico por .... aqui )


( ... ) Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma.Compram tudo feito e prontinho nas lojas.Mas como não existem lojas de amigos,os homens não têm mais .( ,,,)  frase maravilhosa !!!



E foi então que apareceu a raposa:
__Bom dia,disse a raposa.
__Bom dia,respondeu polidamente o principezinho, que se voltou,mas não viu nada. Eu estou aqui,disse a voz,debaixo da macieira…
__Quem és tu? perguntou o principezinho. Tu és bem bonita…
__Sou uma raposa, disse a raposa.
__Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste…
__Eu não posso brincar contigo,disse a raposa. Não me cativaram ainda.
__Ah!desculpa, disse o principezinho. Após uma reflexão,acrescentou:
__Que quer dizer “cativar”?
__Tu não és daqui, disse a raposa. Que procuras?
__Procuro os homens,disse o principezinho. Que quer dizer “cativar”?
__Os homens, disse a raposa, têm fuzis e caçam. É bem incômodo! Criam galinhas também. É a única coisa interessante que eles fazem.Tu procuras galinhas?
__Não, disse o principezinho.Eu procuro amigos. Que quer dizer “cativar”?
__É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa “criar laços…”.
__Criar laços?
__Exatamente, disse a raposa.Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo…
__Começo a compreender, disse o principezinho…Existe uma flor…eu creio que ela me cativou…
__É possível,disse a raposa.Vê-se tanta coisa na Terra…
__Oh! Não foi na Terra, disse o principezinho.
A raposa pareceu intrigada:
__Num outro planeta?
__Sim.
__Há caçadores nesse planeta?
__Não.
__Que bom.E galinhas?
__Também não.
__Nada é perfeito, suspirou a raposa.
Mas a raposa voltou à sua ideia:
__Minha vida é monótona. Eu caço galinhas e os homens me caçam. Todas as galinhas se parecem e todos os homens se parecem também. E por isso me aborreço um pouco.Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol.Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra.O teu me chamará para fora da toca,como se fosse música.
E depois,olha! Vês lá longe,os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil.Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo,que é dourado, fará lembrar-me de ti.E eu amarei o barulho do vento no trigo…
A raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe:
__Por favor…cativa-me!disse ela.
__Bem quisera,disse o principezinho,mas eu não tenho muito tempo.Tenho amigos a descobrir e muitas coisas
a conhecer.
__A gente só conhece bem as coisas que cativou,disse a raposa.Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa
alguma.Compram tudo prontinho nas lojas.Mas como não existem lojas de amigos,os homens não têm mais
amigos.Se tu queres um amigo,cativa-me!
__Que é preciso fazer?perguntou o principezinho.
__É preciso ser paciente,respondeu a raposa.Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim,assim,na relva.Eu te olharei para o canto do olho e tu não dirás nada.A linguagem é uma fonte de mal-entendidos.Mas,cada dia,te sentarás mais perto…
No dia seguinte o principezinho voltou.
__Teria sido melhor voltares à mesma hora,disse a raposa.Se tu vens,por exemplo,às quatro da tarde,desde às três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando,mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas então,estarei inquieta e agitada:descobrirei o preço da felicidade!
Antoine de Saint-Exupéry no clássico “O Pequeno Príncipe”

terça-feira, 26 de setembro de 2017

Preciso de ti.....



Os meus olhos percorriam as letras daquele livro que me falara de amor. Percorria cada linha, cada frase em que revia um tanto de ti, em que te sentia, presente, na minha mente, no meu coração. Percorrendo o longo corredor que me levava até à sala, contava os segundos para te ver chegar, àquele lugar, àquela terra com cheiro a mar que te pertence, que nos pertence.Sentei-me naquele alpendre com vista para o horizonte acompanhado com uma chávena de chá que me aquecia o corpo, que diluía a tarde fria de um dia de Inverno e, que te fazia, permaneceres em mim, de forma presente, de forma inesquecível. Já se passaram alguns meses desde que irrompeste a minha vida, confesso que ao início sentia-te de forma estranha, desconhecendo o meu desejo, a minha vontade, o meu sentimento. Com o tempo, comecei a descortinar tudo isto, a ver que as certezas aumentaram e, a distância, não se comparava com a firmeza que tivera crescido dentro de mim. Queria-te, quero-te, na minha vida, na minha cama, no meu futuro. Não nego que te desejo com uma voracidade tal que me embate contra um rochedo que me fala de ti, contra as melodias que emanam pelo ar, que o meu corpo absorve, que a minha pele fazem arrepiar. Ficaste, entraste de forma surpreendente e aqui permaneces, aninhada nos meus mais secretos sonhos, no brilho dos meus olhos, no teu sorriso que me faz lutar. O tempo urge, urge a vontade, o desejo, a sonoridade e, no silêncio de tanto que fica por dizer, vou confessando a cada dia mais um pouco deste amor, nas letras que têm o teu nome, nas linhas que absorvem o teu cheiro, nos textos que emanam a tua pessoa, que almejam a tua chegada...


Sonhei contigo e, admito, que percorri o teu corpo com os meus lábios, a tua alma com os meus dedos, o teu sorriso com os meus braços que te envolviam de forma permanente, daquela forma que me leva ao desejo de cuidar de ti...